lunes, 17 de octubre de 2011

NIEMEYER DEFIENDE EL NIEMEYER



El arquitecto brasileño Oscar Niemeyer ha remitido una carta abierta en defensa del Centro Cultural Niemeyer de Avilés, cuyas actividades podrían quedar suspendidas a partir del 15 de diciembre. "Tengo la esperanza de que la decisión sobre su cierre o la interrupción temporal de sus actividades se invierta y se olvide rápidamente", afirma el creador de 104 años, que habla del centro como un proyecto que hizo "con el mayor afecto".

"Lamentaré (aunque sea desde lejos) que este centro cultural eche el cierre de sus actividades aunque sea por un periodo de tiempo. Y la razón de mi disgusto, con seguridad compartido por sus antiguos administradores, tan competentes y celosos de la integridad del proyecto, no se limita al hecho de ser esta una obra que representa probablemente uno de los ejemplos recientes más expresivos de mi esfuerzo por sacar partido a las potencialidades del hormigón armado, y por defender una arquitectura más libre, menos estandarizada", escribe Niemeyer.

El arquitecto considera que el cierre del centro cultural "se trata también de la pérdida de un espacio fantástico para la promoción de eventos culturales de gran calibre y del diálogo siempre fecundo entere diferentes sectores (sin excluir la música y el cine), incluidas el arte contemporáneo y la arquitectura".

Oscar Niemeyer se solidariza con el director del centro, Natalio Grueso, y afirma que "jamás olvidará" la atención que tanto Grueso como su equipo le dispensaron a él y al arquitecto Jair Valera durante la ejecución de la obra. "Confío en que lo peor no acontezca y que Natalio y su equipo se mantengan al frente de la gestión de una obra que requiere entusiasmo, amor a la cultura y creatividad, todos estos elementos siempre presentes en la válida gente de España", finaliza Niemeyer.

Fuente: hoyesarte

CARTA ABERTA EM DEFESA DO CENTRO CULTURAL INTERNACIONAL OSCAR NIEMEYER EM AVILÉS

Recebo notícias da Espanha, sempre ciente da crise econômica que se abateu sobre inúmeros países europeus, inclusive sobre esta nação admirável. Desta vez, as notícias me surgem mais inquietantes: já circula a informação de que vão fechar o Centro Cultural Internacional que leva o meu nome, por força da generosidade de amigos espanhóis. Um projeto que realizei com o maior carinho e que, ao que parece, colocou, mais uma vez, uma cidade espanhola - no caso, Avilés -, no “mapa” turístico-cultural da Europa.

Tenho esperanças de que a decisão quanto a seu fechamento ou interrupção provisória de suas atividades seja revertida, prontamente esquecida. Irei lamentar (não importa se de longe, a acompanhar o desdobrar de uma crise, que é a do capitalismo global decadente) se aquele Centro Cultural encerrar as suas atividades, mesmo que seja por um lapso de tempo.

E a razão do meu desgosto, decerto partilhado por seus antigos administradores, tão competentes e zelosos da integridade do projeto, não se limita ao fato de este ser uma obra que representa talvez um dos exemplos recentes mais expressivos do meu esforço em tirar partido das potencialidades do concreto armado e em defender uma arquitetura mais livre, menos “estandardizada”. Trata-se, também, da perda de um espaço fantástico para a promoção de eventos culturais de grande porte e do diálogo sempre fecundo entre os diferentes setores (sem excluir a música e o cinema), integrando as artes contemporâneas e a arquitetura.

Solidarizo-me com Natalio e seus companheiros de trabalho. Sem o seu apoio, a sua entrega total à execução de um complexo arquitetural capaz de suscitar surpresa e emoção, essa obra não alcançaria o reconhecimento que conquistou por tanta gente de valor e pelo público em geral. E jamais esquecerei a atenção que esses amigos dispensaram a mim e ao arquiteto Jair Valera, participando-nos os progressos da obra, os detalhes de sua execução, da programação artístico-cultural que ela deveria acolher, num respeito inusual a nosso trabalho de arquiteto.

Confio em que o pior não aconteça e que Natalio e sua equipe sejam mantidos à frente da gestão de uma obra que requer entusiasmo, amor à cultura e criatividade. Todos esses elementos sempre presentes na valerosa gente da Espanha.

OSCAR NIEMEYER

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